Quando um espaço cultural se vai,
independente das razões, não há dúvida quanto ao fato de que trata-se de
uma ”perda inestimável”. A frase já se transformou em jargão, inclusive.
Toda uma história construída por artistas, público, técnicos, produtores e
gestores fica para trás, existindo apenas na memória dos que vivenciaram aquela
construção. Foi assim com os cinemas de rua em Belo Horizonte, e hoje,
praticamente, só restaram as salas em shopping centers. Outra lógica. Anos
atrás a cidade perdia o Cine Teatro Metrópole. Como uma espécie de
“compensação” foi construído o teatro Klauss Vianna que, por sua vez, será
transformado no auditório do Tribunal de Justiça. O teatro em questão, um
dos mais bem equipados da cidade, atende manifestações culturais diversas, como
dança, artes cênicas e música. Dessa forma, podemos perder mais um importante
espaço de contato com o público (o agente mais importante de toda a equação),
em um contexto no qual existem tão poucos.
Outra situação semelhante aconteceu em
2011, quando o Lapa Multshow, uma das mais tradicionais e importantes casas de
show de Belo Horizonte, encerrava suas atividades. Tudo graças à
especulação imobiliária. Lamentável. É muito importante que todos de mobilizem
para o que o Klauss Vianna não seja lembrado como um “espaço a menos”, para a
que sua história não se some à de tantos outros espaços públicos culturais
que se perderam.
Entidades, grupos e artistas individuais
têm se articulado em manifestações que, doravante, acontecerão todas as
sextas-feiras, às 12h, em frente ao teatro. O objetivo é reunir o maior número
de pessoas e sensibilizar o poder público da importância da continuidade desse
espaço de produção, fruição e convívio. O respeito à memória cultural da cidade
passa pela preservação dos seus bens culturais.
#SalveKlaussVianna
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